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A construção

A arte cega de moer os ossos
Chafurdei em mim o que podia
… e no mundo o que me faltava
Atravessei o rio sobre a corda bamba
Belisquei o abismo
Caminhei longas distâncias comendo pó
Olhei à frente, somente à frente
Qualquer vacilo voltava
Voltava para um lugar inteiro
Voltava para me abrigar na rotina
… e abandonava o sonho
Ai como eu obrei
Manhã, tarde e noite
Divagando, dormindo e acordada
Passei encaixando tijolos
Certo dia vislumbrei a casa
Ela estava nutrida de amor
Agora seria tarde para agonia
… e cedo para a certeza
Foi então, que decidi seguir desenhando a vida

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